Campanha da Fraternidade 2021 

07/02/2021


"Fraternidade e diálogo: compromisso de amor"

"Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade" (Ef 2, 14ª)

 Todos os anos, ao vivermos o tempo da Quaresma, a Igreja no Brasil, através da CNBB, convida a cada um de nós a meditarmos também a Campanha da Fraternidade. Pelo quinto ano, essa campanha será ecumênica, ou seja, além de nós católicos, outras igrejas cristãs também estarão unidas para meditar sobre o tema e o lema da campanha.

Para este ano, o tema é: "Fraternidade e diálogo: compromisso de amor", cujo lema está na Carta aos Efésios, capítulo 2, versículo 14: "Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade".

A CFE (Campanha da Fraternidade Ecumênica) nos chama a atenção neste ano para a necessidade do diálogo e de saber reconhecer o outro, não como um estranho ou diferente, mas como um irmão, filho do mesmo Deus. Para isso, são nos apresentados quatro passos para bem vivenciarmos este tempo de conversão e oração.

O primeiro passo é o ver. somos chamados a olhar nossa realidade e tudo aquilo que afeta o nosso povo, de maneira singular, tudo aquilo que divide, segrega e nos afasta do sonho de vivermos em uma sociedade fraterna e justa; o segundo passo, julgar, é o momento de, após analisada a realidade, fazermos o nosso questionamento à luz da Palavra de Deus e do magistério da Igreja; o terceiro passo é o agir. Sair do nosso conforto, do comodismo e avançar para campos ainda não conhecidos, seguindo os ensinamentos de Jesus e caminhando nas suas pegadas. Por último, e não menos importante, celebrar, como uma grande família de irmãos e irmãs, festejar a vida e o seu Autor, o nosso Deus.

Mas todos esses passos só serão bem executados e aplicados quando tivermos a consciência de que o diálogo é a única arma capaz de combater os extremismos, negacionismos, intolerâncias e crimes de diversas origens contra a criação de Deus. O diálogo, vale ressaltar, não deve, em circunstância alguma, ser reduzido a uma mera negociação de poder ou troca de favor, jamais deve visar levar vantagens, mas sempre buscar o bem comum e uma sociedade justa e fraterna.

A CFE 2021 também apresenta alguns objetivos, com base nesses quatro passos: o objetivo geral é o convite para as comunidades de fé e pessoas de boa vontade a pensarem, avaliarem e identificarem caminhos para superar as polarizações e violências através do diálogo amoroso, testemunhando a unidade na diversidade.

Os demais objetivos, chamados de específicos são vários: redescobrir a força e a beleza do diálogo como caminho de relações, denunciar as diferentes violências praticadas e legitimadas indevidamente em nome de Jesus, comprometer-nos com as causas que defendem a casa comum, contribuir para superar as desigualdades, promover a conversão para a cultura do amor, como forma de superar a cultura do ódio, fortalecer a convivência ecumênica e inter-religiosa, estimular o diálogo e a convivência fraterna como experiências humanas irrenunciáveis, em meio a crenças, ideologias e concepções, em um mundo cada vez mais plural e compartilhar experiências concretas de diálogo e convívio fraterno.

Todos esses passos e objetivos propostos, apontam para o lema da CFE 2021: "Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade" (Ef 2, 14). O Mistério Pascal de Jesus Cristo (Paixão, Morte e Ressurreição) não foi em vão. Com seu sacrifício foi nos dada a oportunidade da Salvação e de vivermos como filhos e filhas de Deus, o Pai de Jesus, nosso irmão.

Em tempos pandêmicos, como os que estamos vivenciando, é de extrema importância termos a consciência, de que, como nos lembra o tema dessa CFE, a fraternidade e o diálogo são sim um compromisso de amor. Amor para consigo mesmo e amor ao próximo, que é meu irmão, e também imagem e semelhança de Deus.

Que nesse período de oração, formação e conversão, possamos cultivar em nós a consciência de que Deus, por estar em nosso meio e não acima de nós, como dizem por aí, nos quer vivendo como irmãos e irmãs. Que possamos superar toda divisão, extremismo, violência e ataques contra a vida e a criação, para realmente vivermos em uma Casa Comum, já experimentando na Terra tudo aquilo que teremos em abundância no Reino dos Céus.

Seminarista Danilo Castro Silva

1º ano de teologia - Diocese da Campanha/MG

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