Gritar, responder e libertar - Dia Mundial dos Pobres
"«A esperança dos pobres jamais se frustrará» (Sal 9, 19). Estas palavras são de incrível atualidade. Expressam uma verdade profunda, que a fé consegue gravar sobretudo no coração dos mais pobres: a esperança perdida devido às injustiças, aos sofrimentos e à precariedade da vida será restabelecida.
O salmista descreve a condição do pobre e a arrogância de quem o oprime (cf. Sal 10, 1-10). Invoca o juízo de Deus, para que seja restabelecida a justiça e vencida a iniquidade (cf. Sal 10, 14-15)."
Essas foram as palavras iniciais do Santo Padre em sua mensagem para o Dia Mundial dos Pobres, que foi instituído como fruto do Ano Santo da Misericórdia. De forma simples e clara, o Papa ressalta três verbos no decorrer de sua mensagem: "gritar, responder e libertar", de modo a ouvirmos o chamado de tantos irmãos que precisam, vivendo as Obras de Misericórdia. Não só ouvir, como também dar assistência e estimular a solidariedade, trazendo uma mudança profunda, seja corporal ou espiritual.
Inúmeras vezes somos noticiados com famílias que são obrigadas a deixar suas terras para adquirir uma condição de vida melhor em outros lugares, e muitas das vezes, pessoas são encontradas mortas por não conseguirem fazer essa travessia, deixando ali o sonho de uma vida melhor. Algumas, por sua vez, são vítimas de várias formas de violência, desde a prostituição às drogas, e humilhadas no seu íntimo. Não podendo nos esquecer dos milhões de migrantes vítimas dos interesses ocultos, muitas vezes instrumentalizados para o uso político.
Aproximando-se dos pobres e mais necessitados, a Igreja entende seu propósito como um povo espalhado pelo mundo que tem como objetivo fazer com que ninguém se sinta marginalizado, independente de sua situação. A condição dos pobres obriga a não se afastar do Corpo do Senhor que sofre neles. Antes, pelo contrário, somos chamados a tocar a sua carne para nos comprometermos em primeira pessoa num serviço que é a autêntica evangelização. A promoção, mesmo social, dos pobres não é um compromisso convencional ao anúncio do Evangelho, pelo contrário, manifesta o realismo da fé cristã e a sua utilidade histórica. O amor que dá vida à fé em Jesus não permite que os seus discípulos se fechem num individualismo sufocante, oculto nas pregas duma intimidade espiritual, sem qualquer efeito de influir na vida social, mas sim abraçarmos a postura do Senhor e vivermos para servir, não para sermos servidos.
Por fim, sejamos verdadeiros cristãos da Igreja de Cristo e vivamos realmente a nossa fé transformando as vidas de nossos irmãos através das Obras de Misericórdia:
- A) Obras de Misericórdia corporais:
1) Dar de comer a que tem fome;
2) Dar de beber a quem tem sede;
3) Dar pousada aos peregrinos;
4) Vestir os nus;
5) Visitar os enfermos;
6) Visitar os presos;
7) Enterrar os mortos.
- B) Obras de Misericórdia espirituais:
1) Ensinar os ignorantes;
2) Dar bom conselho;
3) Corrigir os que erram;
4) Perdoar as injúrias;
5) Consolar os tristes;
6) Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo;
7) Rezar a Deus por vivos e defuntos.
Diego Francisco Cândido
Leonardo Teixeira dos Santos
Pastoral da Comunicação
Leia a Mensagem completa do Santo Padre, o Papa Francisco para o III Dia Mundial do Pobre.